quarta-feira, 31 de dezembro de 2008
maioria absoluta
a culpa é da crise internacional
terça-feira, 30 de dezembro de 2008
Israel
Tens razão, Adolfo...
Cavaquices e lealdades institucionais
ler os outros
muito aconselhável (na íntegra)
mau gosto (para mais, vindo de um "perito" em descolonizações)
"absolutamente impecável"
segunda-feira, 29 de dezembro de 2008
Dalai Lima Hoje na Rádio
Até logo, na certeza porém de que quem não ouvir hoje amanhã será excluído das conversas dos colegas de jardim-escola.
A Família
Emplastros
agenda
sexta-feira, 26 de dezembro de 2008
quarta-feira, 24 de dezembro de 2008
Santo Natal
"Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem, achou-se ter concebido do Espírito Santo. Então José, seu marido, como era justo, e a não queria infamar, intentou deixá-la secretamente. E, projectando ele isto, eis que em sonho lhe apareceu um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua mulher, porque o que nela está gerado é do Espírito Santo; E dará à luz um filho e chamarás o seu nome JESUS; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados. Tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que foi dito da parte do Senhor, pelo profeta, que diz; Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, E chamá-lo-ão pelo nome de EMANUEL, Que traduzido é: Deus connosco. E José, despertando do sono, fez como o anjo do Senhor lhe ordenara, e recebeu a sua mulher; E não a conheceu até que deu à luz seu filho, o primogénito; e pôs-lhe por nome Jesus." (Mateus 1, 18 ss.)
terça-feira, 23 de dezembro de 2008
depois de ter visto um porco a andar de bicicleta, já nada me surpreende...
Outra vez a minha veia jugular...que maçada!
Enquanto ouvem os avisos do Papa sobre a vossa (não) capacidade de procriação e em como isso, no limite e se fossemos todos homossexuais e fiéis no casamento (homossexual, leia-se), acabaria com a raça humana em três tempos, não haveis reparado num tema mesmo à vossa medida: então não é que o canal público da televisão portuguesa vai transmitir, em directo do Vaticano, a missa do galo, a missa Papal?
Insurjam-se! Sejam coerentes, vá lá, soltem a língua!!!
Complexo de Édipo negativo
ler os outros
"Ao arrepio do berreiro que imediatamente se levantou, as declarações de Bento XVI onde se reafirma a posição da Igreja contra o casamento homossexual – aliás, contra os actos homossexuais, o que é ainda mais radical – são lógicas. Estranho seria que a Igreja não definisse com esta clareza o território que ocupa. E, quando muito, devíamos era aplaudir – todos, heteros e homos – o desempoeiramento papal de aproveitar a quadra natalícia para deixar os moralistas anti-católicos à beira da síncope politicamente correcta.
Deus, segundo os católicos, não gosta de homossexuais sexualmente satisfeitos. Que têm os não-católicos a ver com isso? Se os não-católicos não admitem aos católicos que se metam nas suas vidas, porque caralho andam sempre a tentar meter-se nas vidas dos católicos? É que já farta de tanto complexo de inferioridade perante uma Igreja que está reduzida a ser museu folclórico e garante dos feriados religiosos que nenhum ateu quer perder." (Valupi)
Bora Fugir com o Natal
Ou não.
Ainda podemos roubar o Natal. Ladrão que rouba a ladrão. Toda a gente à espera que ele chegue a 25, e nada. Para o ano, valor comercial por aí abaixo. O Natal vai passar a valer, na melhor das hipóteses, 1,37 Dias dos Namorados ou 1,54 Halloweens.
Para nós, pelo contrário, os simples que continuamos a acreditar no Menino Jesus, não haverá problema – afinal, nós é que pusemos o Menino a nascer a 25 de Dezembro, só para lixar o Solstício aos pagãos. Depois de raptarmos o Natal, levá-lo-emos para qualquer outro dia do ano, menos 24 e 25 do corrente – um dia diferente todos os anos, para os americanos não o encontrarem. E, claro, não haverá prendas, só espontâneas, e angústias, só momentâneas. As dores dos filhos de divorciados, e as de seus pais, tão agudas nessa noite que devia ser só de paz, ficarão apenas crónicas, posto que incuráveis. Ateus e agnósticos deverão ser deixados em paz. E não haverá mais festas de empresa nem Natais dos Hospitais.
O Menino Jesus, que de qualquer modo já foi de novo chutado das hospedarias em favor do Pai Natal, um velhinho simpático mas roído de Alzheimer que se julga S. Nicolau, pode voltar a nascer em paz, em palhas deitado, em palhas estendido, filho duma rosa, dum cravo nascido. E todos nós, os épicos sobreviventes das quadras festivas, poderemos juntar-nos aos pastores sem eira nem beira como nós, e regozijarmo-nos com esta grande alegria, que o será para todo o povo.
Não é tão difícil como parece. Basta seguir a estrela.
segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
"absolutamente impecável"
«É uma honra para nós servir Portugal, trabalhando com Vossa Excelência», foi a resposta de José Sócrates a Cavaco Silva.
Esta foi uma das mais curtas mensagens de Natal do primeiro-ministro para o Presidente da República. - TSF
A minha veia jugular
(deve estar para sair um post sobre este tema no sítio do costume. Intelectualmente muito mais profundo, como é seu timbre. Vá lá, sejam coerentes e soltem a língua!)
pacta sunt servanda
sexta-feira, 19 de dezembro de 2008
saldos de inverno
1 year ago RBS paid $100bn for ABN Amro.
For this amount it could now buy:
Citibank $22.5bn
I'll let you guess the firm... $10.5bn
Goldman Sachs $21bn
Merrill Lynch $12.3bn
Deutsche Bank $13bn
Barclays $12.7bn
And still have $8bn change......which you would be able to pick up GM,
Ford, Chrysler and the Honda F1 Team.
(recebido por e-mail)
quinta-feira, 18 de dezembro de 2008
Presos no RCP hoje à noite
Com José Brites, da Associação O Companheiro, que presta apoio a ex-reclusos com dificuldades de reinserção, e eu próprio, pelo Grupo de Visitadores do Hospital-Prisão de Caxias.
quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
Confusão de Sentimentos
Mariana Pinto de Almeida e Mariana Pinto de Chaves ocupavam lugares inversos no coração de Mário e na sua lista de endereços de telemóvel, contíguos mas sucessivos. Primeiro Mariana Pinto, logo seguida de Mariana Pinto, primeiro a de Almeida, logo seguida da de Chaves. No telemóvel, porque no coração de Mário vinha primeiro Mariana Pinto e só depois Mariana Pinto, a de Chaves antes, e só depois a de Almeida. Mário mandava longos sms apaixonados a Mariana – Pinto – , que a operadora invariavelmente perguntava se podia enviar em duas partes, às vezes três, onde se abria sem defesas perante a que dizia ser senhora do seu coração. Proclamava-lhe com todas as liberdades permitidas pela língua portuguesa e o teclado do Nokia, que eram poucas para amor tão avassalador, o quanto a achava incomparável, incomparando-a a auroras, eternidades, ideais, oásis e universos. Mário sofria, porque Mariana não respondia. Mariana não respondia, porque, posto que se lhe incendiasse a alma com as palavras inflamadas de paixão de Mário, julgava na sua insegurança que só poderia haver engano. Que teria forçosamente de haver outra mais preparada pela Natureza para princesa de tal príncipe, nascida desde antes de concebida para corresponder a tal amor. Outra melhor que ela. Outra mais digna do único que considerava digno do seu amor. E não respondia. Quanto a Mariana, não respondia, pois, não obstante suspeitar por pequenos sinais que não fosse indiferente a Mário, este não se dignava enviar-lhe um sms que fosse, onde, ainda que não brilhasse no estilo, lhe confirmasse na substância que a desejava, e quanto.
Claro que também não ajudava em semelhante imbróglio que Mário, a arder por Mariana Pinto de Chaves, a primeira do seu coração, digitasse impaciente, imparável, impetuoso, imbecil, no cabeçalho da sms o nome de Mariana Pinto de Almeida, a primeira no seu telemóvel.
sobre o cds
MARTA REBELO
terça-feira, 16 de dezembro de 2008
o rei vai nú
ler os outros (atrevo-me a publicar o texto na íntegra)
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
do bonsai
Imperial. Dos píncaros tudo rege. A sua sombra tutelar tudo domina. Nada medra sem que saiba. E não vinga quem se atreva a questionar-lhe o papel primordial. Ervas ralas despontam timidamente na condição servil. São rodapé do esplendor alheio. Ei-lo. Espraiando a copa a perder de vista. Altivo. Colossal. Dominador. Cuidadosamente aparado. Rigorosamente implantado. Nutrido pela terra sobre que põe e dispõe. Fulgurante. Titânico. Majestoso. Hegemónico. Imenso no seu canteiro. Mas é uma miniatura.
quinta-feira, 11 de dezembro de 2008
ora bem, é fazer as contas...
Atento o apoio estrondoso que no país tiveram muito recentemente, estima-se que a visita dos Arsenaleses à Invicta cidade do Porto tenha deixado espalhados pelo país 6.000.000 de melões que inundaram repentinamente o mercado provocando a queda abrupta do preço desta saborosa fruta.
Os agricultores independentes manifestaram-se já contra o facto, que consideram fruto de concorrência desleal, e emitiram um comunicado alertando o consumidor para a evidência de muitos destes melões se encontrarem completamente podres, realidade de que deram conta à DECO (nenhuma relação) e, principalmente, à ASAE para que esta última tome as providências necessárias face à situação calamitosa.
Insensível às críticas dos agricultores independentes, o Primeiro-Ministro tentou tirar partido da situação e, não tendo conseguido marcar em tempo útil uma conferência de imprensa, telefonou pessoalmente para todas as redacções dos jornais nacionais e locais e ainda para as das televisões e rádios para lhes dizer, com aquele tom nasalado do Ricardo Araújo Pereira, que se tratava de mais um enorme sucesso do governo tendo como finalidade melhorar a vida dos portugueses em 2009: "gasolina mais barata, juros mais baixos e melões ao preço da uva mijona. É porreiro, pá", concluiu inúmeras vezes o Primeiro-Ministro.
Um nadinha mais atento às realidades e sensível às críticas dos agricultores, o Ministro do sector veio já criticar a maior associação portuguesa de produtores de melões, acusando-a de ser a verdadeira responsável por estas oscilações no preço, principalmente pelo facto de não conseguirem acertar nas suas previsões. Jaime Silva considera que o alarmismo da situação actual se deve apenas ao facto desta associação ter criado no sector, aquando da recente entrada no mercado de meia dúzia de bananas da Madeira, um clima de euforia totalmente injustificado. Essa euforia torna a actual abundância de melões aparentemente de maior dimensão mas, regista o Ministro, "julgava que o país já devia estar habituado a este tipo de situações (nota: inundação do mercado com melões), tão comuns nos últimos 25 anos".
O Ministro da Agricultura sublinha que o problema não é sequer uma novidade: "os melões são sempre os mesmos, vendo bem o seu número varia pouco", daí que o mercado esteja já habituado a esta variação na oferta, "que aliás ocorre em diversos períodos do ano e anualmente" (alto quadro do INE, que no entanto preferiu manter o anonimato, garantiu-nos estar prevista para este fim-de-semana nova inundação do mercado com melões, que certamente darão entrada no país através do Porto de Leixões, o que virá agravar a situação, e outra para Maio de 2009 "se não for antes").
Os agricultores exigem do Governo de Lisboa medidas concretas que terminem de vez com estas proliferações sazonais de melões no mercado e o Ministro prometeu criar uma comissão que irá estudar o assunto, assim que designada e instalada. Contudo, fonte próxima do Ministro confidenciou-nos que isso é tecnicamente impossível: "nós já tentámos tudo, até nos socorremos da Maria José Salgado mas eles são muito fortes. Eles são muito, muito fortes..."
bandalhos
quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
Sr. PM, tem o sabonete no chão à sua frente e o Dr. Soares atrás, agora faça como entender.
Pois hoje o Dr. Soares disse, mais coisa menos coisa, que a substituição do Eng. Sócrates seria uma grave perda para o país.
O oráculo falou. A engrenagem está em marcha.
Ler os outros
Rui Tavares, no Público
A ver-se gregos
terça-feira, 9 de dezembro de 2008
síndrome de Lino (também conhecido como esquizofrenia)
República das Badanas
Melhor ainda é ouvir o Alexandre no RCP de segunda a sexta, das 21H às 24H, no «Ao Fim do Dia».
Ainda melhor é ler os livros dele. Romances históricos, infantis e outros.
Fazer tudo ao mesmo tempo, então, é um fartote.
Cuidados a Ter com o Herpes Labial
O herpes labial é uma doença viral recorrente, geralmente benigna, causada pelos vírus Herpes simplex 1 e 2, que afecta principalmente a mucosa da boca, mas pode causar graves complicações neurológicas.
A infecção por herpes simples 1 normalmente é oral e produz gengivomastite (inflamação das gengivas). O vírus invade os terminais dos neurónios dos nervos sensitivos, infectando latentemente os seus corpos celulares no gânglio nervoso trigeminal (junto ao cérebro). Quando o sistema imunitário elimina o vírus das mucosas, não consegue detectar o vírus quiscente dos neurônios, que volta a activar-se em períodos de debilidade, como stress, trauma, imunosupressão ou outras infecções, migrando pelo caminho inverso para a mucosa, e dando origem a novo episódio de herpes oral com exantemas e vesículas dolorosas.
Não há vacina nem tratamento definitivo, apesar de alguns fármacos, especialmente acicloguanosinas como o aciclovir, poderem reduzir os sintomas e o perigo de complicações como encefalite.
É possível reduzir a transmissão evitando o contacto directo com outros ou com objectos usados por outros (copos, bocais de instrumentos de sopro) quando o herpes labial está activo. Mesmo assim o risco de transmissão é reduzido mas não inexistente.
O herpes labial é assim, se convenientemente acompanhado, uma doença que não deve causar preocupação, mas com a qual se tem de aprender a viver. O que nunca se deve em caso algum é admitir que seja candidato à Câmara de Lisboa.
síndrome de sexta-feira
o último a sair que feche a porta
segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
Este é para ti, Tânia
O Doce Aroma da Bosta de Cavalo
A memória é uma coisa tramada. Sabe-se como começa, não se sabe como acaba.
A mim, por exemplo, a bosta de cavalo traz-me à memória a Zica.
Sempre que passa por mim um binómio hipotécnico da GNR acabado de almoçar, e a besta larga lastro, não torço o nariz nem ponho um ar enjoado. Não, inspiro fundo.
Tão fundo que vou parar muitos anos atrás, quando montava a cavalo nos cavalos da GNR. Às terças e quintas era pela Académica, às segundas, quartas, sextas e sábados, pela Mocidade, o que quer que isso fosse. Era eu, a Zica, e o Paulo Ferro. Fazíamos uma espécie de ménage à trois cuja soma das idades mal passava dos trinta. A Zica enchia-me as medidas, e eu ansiava por mostrar-lho armando-me aos cucos em cima da montada. Mas não tinha hipóteses. O Paulo Ferro, para além de ser o meu melhor amigo, era o maior do bocado, entendendo-se por bocado o planeta. Tínhamos acabado de chegar a Coimbra, eu do meu paraíso, ele do dele, que era Lourenço Marques, e o tipo não era muito bem visto. Acabava as frases todas em «né», e dizia coisas esquisitíssimas como «maning nice» (até hoje não sei como se escreve «maning»). A nossa amizade começou desinteressadamente quando ele caiu de gripe gripado e eu lhe levava o Tintin encadernado para o ajudar a passar a borrasca. Foi um bom investimento, apostar assim no pária da turma, porque, recomposto das febres, em breve conquistou os corações da malta numa aula de Geografia, e eu fiquei o melhor amigo do novo herói. A verdade é que havia uma estagiária que víamos e revíamos no nosso cinema paraíso, uma coisa de sonho que usava uma mini-saia impensável. No primeiro dia em que lhe calhou dar aula, o Paulo Ferro, insuspeito no seu ar de totó e sotaque pré-maputo, perguntou-lhe onde é que era uma terra qualquer de que não sabia o nome, só que era maning a norte, ou no Alasca, ou na Sibéria, ou talvez na Gronelândia, ou seria Islândia sim parece que acabava em -lândia. O certo é que a boa da estagiária tão boa que boa era foi apontando para cima com o ponteiro aqui? não mais acima aqui? não mais acima aqui? não mais acima e nós, naquele dia, apaixonámo-nos pela Geografia e conhecemos territórios setentrionais insuspeitados que nos marcaram para sempre até hoje, e falo por todos. A estagiária, claro, levou nota 20, senão do orientador, pelo menos de nós trinta. Ora o Paulo Ferro, além de melhor amigo do yours truly, especialista em Geografia Humana, e cavaleiro precoce, fazia ginástica desportiva e, adivinhem lá, também nisso era o maior. Treinava no cavalo de arções, e quando chegava ao cavalo de volteio, fazia tudo a que tinha direito. Por fim, rematava o espectáculo pondo-se de pé sobre o dorso do bicho e saltando para o solo em mortal à rectaguarda. E repetia. Eu também me sentia, verdade seja dita, perfeitamente capaz de dar o mortal para trás com a maior das facilidades, só que sabia que seria o último que daria em vida, por isso evitava. Não sei, talvez suspeitasse não ter ainda chegado a hora de dar a vida por uma mulher, nem mesmo pela Zica. Contentava-me, assim, em rodar 360º lá em cima, andar de cócoras sobre o dorso, ou montar com o cavalo a galope, depois de acertar o passo com o animal. (Também desmontei muitas vezes a galope, mas nem sempre de forma planeada, e duma certa vez directamente contra a parede do picadeiro.)
Tudo isto para dizer que a Zica, nunca tendo, para ser honesto, manifestado qualquer preferência pelo Paulo Ferro em detrimento de mim próprio, procederia assim seguramente por mera delicadeza.
E tudo isto ainda para dizer que a memória é uma coisa tramada, que se sabe como começa, não se sabe como acaba, em que uma coisa malcheirosa como a bosta de cavalo nos pode evocar uma memória tão perfumada como a da Zica, ou os northern territories dos confins da Maninglândia.
sexta-feira, 5 de dezembro de 2008
"de manhã só é bom é na caminha" (2)
quinta-feira, 4 de dezembro de 2008
Padre Vasco no RCP Hoje 22H 104.3 (ou na Net)
Eu Acredito nos Astros
Não digo «eles» por acaso. Nada do que eu digo digo por acaso, mas neste caso acaso ainda menos. Eles na astrologia são piores que os Eles dos Perdidos, os Eles da Maçonaria, e os Eles doutras associações secretas que não posso mencionar agora, or else. O Pacheco Pereira diz que manda uma boca aos pedreiros num almoço e instala-se um silêncio sepulcral, só interrompido pelos assobios negligés. Mas, eu, com a astrologia, é muito pior. Calha dizer num grupo: «Mas expliquem-me lá por que raio é que o sítio onde estavam os astros quando eu pus a cabeça de fora pode influenciar a minha personalidade, ou as minhas perspectivas financeiras?», e de repente tem tudo de ir para casa, que a mulher, e tal. Conto a anedota do arroz de pato, que põe habitualmente gajos que eu nunca vi mais gordos a dar-me palmadões nas costas e a dizer «Este gajo é o máximo», e ninguém se ri. No espelho do elevador, aparece escrito a bâton «Porco Racionalista». E o meu filho de cinco anos pergunta porque é que o fui buscar eu, e não a Mãe. Bref, cai-me em cima a Brigada Anti-Céptica.
Fico com a ideia que eles são mais que as estrelas do céu. Até uma pessoa que eu prezo, chamado Fernando, que escreve umas poesias bem giras, se dedicou àquilo. Amigos que estão a fazer Doutoramentos em Física das Partículas dizem que eu sou tão bem-disposto porque tenho ascendente em Virgem. Mas que tenha cuidado para a semana, que Júpiter está alinhado com Marte. E jornais sérios, como o Público, ou o Cavaleiro da Imaculada, dedicam grandes espaços à coluna astrológica.
Que seja possível prever a vida dos astros, vá. A Britney Spears vai rapar o cabelo e mandar o puto pela janela, a Amy Winehouse vai-se enfrascar, a Paris Hilton vai dormir com um batalhão de Marines, o James Brown vai dentro na quinta. Tudo bem. Agora os astros preverem a minha vida? Naaaa. Chamem-me céptico. Eu sei que sou. Na volta, é por ser Caranguejo.
ler os outros
luta de classes (sessão de manifestação de pesar pelas mortes ocorridas no acidente de Camarate)
"(...) E se mais exemplos não houvesse, a forma como decorreu o funeral, em tom de verdadeiro comício, a sua antecipação para o dia reservado para reflexão do eleitorado, entre uma agitada e agressiva campanha eleitoral e o próprio dia das eleições, e a despudorada, encomiástica e interminável cobertura realizada pelos serventuários do projecto AD na RTP, sob a batuta do chefe Proença de Carvalho, evidenciaram os métodos utilizados pelos herdeiros do pensamento político de Sá Carneiro continuadores da sua obra. Utilizaram-se, até à violência psicológica, os nobres sentimentos do povo português, naturalmente chocado e afectado pela brutalidade do acidente que vitimou os membros do Governo e seus acompanhantes. Ao pretender fazer desta sessão da Assembleia da República uma homenagem a Sá Carneiro e Amaro da Costa - como tem sido anunciado em órgãos da comunicação social, à revelia do que ficou decidido na reunião dos grupos parlamentares -, a AD joga, uma vez mais, na expectativa de que a morte dos seus líderes e a forma como foi sentida por grande parte dos cidadãos paralisaria as forças políticas da oposição, levando-as a dar o seu aval a uma homenagem generalizada aos dirigentes políticos da maioria parlamentar, com as consequências políticas que daí adviriam. Não é este o entender da UDP, que em todas as circunstâncias, e em especial naqueles momentos em que a consciência crítica do povo possa ser afectada pela manipulação sentimental, se impõe como missão sagrada. Clarificar as situações e criar condições para que o combate determinado pelos interesses populares não se dissolva no nevoeiro retrógrado do sentimentalismo. Os homens definem-se pela sua prática social e política e pelo seu posicionamento na luta terrível das classes em confronto, que só terá fim com a eliminação das condições de exploração. Nesta luta, os membros do Governo falecidos e que agora se evocam tinham um lugar claro e inequívoco: pela exploração; contra os explorados (...)" - Mário Tomé
razões para ser monárquico
Dr. Jekyll and Mr. Hyde
"O presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP), Vicente Moura, não se vai recandidatar ao cargo, "desiludido" com a prestação da maioria dos atletas portugueses nos Jogos Olímpicos de Pequim." (Vicente Moura, Agosto de 2008)
"O presidente do Comité Olímpico de Portugal, Vicente Moura, disse hoje, em entrevista exclusiva ao PÚBLICO, que as críticas feitas pelos atletas olímpicos não alteram em nada a sua motivação para se candidatar às eleições de Março e só reforçam a sua vontade de continuar." (Vicente Moura, Dezembro de 2008)
O mal, está claro, não é do senhor, em situação de evidente inimputabilidade, mas sim daqueles que podem ou não elegê-lo. Mal ou bem, o presidente do COP assumiu um compromisso de resultados perante a tutela, de forma a justificar o pedido de verbas que fez para a campanha olímpica de Pequim. Como se sabe, os resultados não corresponderam ao esperado pelo COP, tendo o seu presidente incumprido o caderno de encargos a que se tinha vinculado. Pior, foi o próprio Vicente Moura que, perante os resultados, decidiu pelo seu pé bater com a porta, anunciando aos ventos que não mais se recandidataria. Pelos vistos, mudou de ideias. Mal. Provavelmente, irá ganhar a eleição, sem que seja responsabilizado: pela sua palavra e pelo seu falhanço. Um retrato cada vez mais habitual de quem exerce cargos públicos.
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
love songs (2)
love songs
BPP - que solução?
terça-feira, 2 de dezembro de 2008
O Bom e o Bonito
Outra é «bom». De cada vez que alguém a diz vem, na melhor das hipóteses, à ideia um escuteiro apostado em atravessar a velhinha, queira ela ou não. «Bom» é ingénuo, fraco, ou lunático.
Assim, Cristo, que goza apesar de tudo de uma tolerância nos meios fracturantes de que não desfruta o povo que é suposto representá-Lo , é apresentado como bom. Leia-se, bom rapaz. Com umas ideias boas. Bem-intencionado. Um bom pateta.
Estes «sábios» autoexcluem-se da verdade, que é reservada aos «pequeninos». Do alto das suas torres de marfim, decretam todas as denotações e conotações do «bom» e passam ao lado de tudo o que é bonito.
Neste mundo onde o caos parece sempre mais fácil e provável, onde as leis da entropia decretam que é mais plausível um copo fazer-se em cacos que os cacos se organizarem em copo, a beleza é a promessa da harmonia suprema. Está-nos nos genes, porque quem passou a pensar, e assim largou a pele de macaco, exige um sentido, e bom. Não vale a pena pensar, se é para sofrer com a inexorabilidade de um mundo feio e boçal. Tem de haver mais qualquer coisa. E essa qualquer coisa tem de transcender o que os olhos vêem e os ouvidos ouvem. Tem de ser bela.
Belo é o Sermão da Montanha. Bem-aventurados os pobres. Belo é o Magnificat. Derrubou os poderosos dos seus tronos e aos ricos despediu de mãos vazias. Belo é o discurso para a adúltera. Quem estiver sem pecado, atire a primeira pedra. Belo é olhar para a dureza do Homem, quatro mil anos apenas depois de inventar a escrita, contemplar a fealdade do coração do humano que ontem era hominídeo, e ver uma semente de beleza, e esperar que cresça. Belo é acreditar no impossível, e exigi-lo realistamente.
Belo é ser louco. Poderiam ser assim tão loucos os quasi-analfabetos que inventaram as escrituras a que viemos a chamar sagradas? De onde retirariam tamanha inspiração? Como, sozinhos, veriam a bela no monstro? Como divisariam sozinhos tamanhos amanhãs cantantes? Como se elevariam por si sós, sem ajuda do alto, Salomão e os outros poetas dos Salmos, que nos libertam das nossas cadeias humanas? Escreveste isso sozinho, ou pediste ajuda ao teu irmão mais velho?
Para falar assim de Deus, só Deus. Ainda que pelos nossos lábios, e pela nossa pena. Chama-nos à bondade porque nos chama à beleza. Diz-nos que é possível, contra tudo o que nos afirma este mundo vendido, acomodado, prostituído, desanimado, descrente, céptico, velho, adiposo, cansado, míope, farto, anafado, alienado. E para o provar, porque não nos basta ver a Beleza, ainda exigimos um sinal palpável, sujeita-se à fealdade última de ver a Sua carne pendurada ignobilmente num madeiro, porque não suporta contemplar sozinho a Beleza que criou. Faz tudo por nos puxar para cima. Onde tudo é bom, porque tudo é belo. Hoje vemos como por um espelho. Um dia veremos face a face. Vai ser bom. Vai ser insuportavelmente belo.
Viva Portugal livre!
Neste convento do Beato, situado na Lisboa Oriental onde se começou a conspirar para o 1º de Dezembro, deixai-me hoje proclamar: "Eu sou livre e vós sois livres!". "Eu sou livre" e "Vós sois livres" porque ser monárquico é também defender Portugal acima de todos os interesses. Juntos poderemos renovar a democracia portuguesa pela Instituição Real que só poderá vigorar por vontade do povo, com o povo e enquanto o povo o entender.»