segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
É impressão minha ou Portugal foi acometido de uma fúria devoradora nos últimos dias? Entre jantares com amigos de longa data com quem não se está desde data quase tão longa, "almoços do escritório" em que o que verdadeiramente se celebra é o facto de se ir passar uns dias livre daquelas pessoas e ceias com as mais amplas e desvairadas justificações, o país inteiro parece fazer pouca coisa para além de dar à mandíbula; engolindo, triturando e deglutindo em doses pantagruélicas iguarias tais que tornam diabético quem nelas depositar o olhar mais do que cinco segundos.
Pesadelo de qualquer nutricionista, a nós, a bucólica imagem do Menino na manjedoura dá-nos para ruminar! Desde que se vê a primeira iluminação de Natal até à última fatia de bolo-rei por volta de sete ou oito de Janeiro, mesmo os mais espartanos e frugais dizem que “um dia não são dias” todos os dias. Nem a vaca e o burro que S. Francisco colocou nas imediações da Sagrada Família desde o século XIII enfardam tanto como nós.
O alka seltzer já fez menos sentido como presente de Natal.