segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Emplastros

Os que vivem o jornalismo por dentro são os que melhor se apercebem das tácticas de que ele vive. Dos interesses que alimenta. Dos protagonistas que, por mais ou menos obscuras razões, leva ao colo. Emídio Rangel é uma dessas pessoas. E não apenas vive o jornalismo por dentro. Respira-o como poucos. Emídio Rangel reconhece em Paulo Portas, por exemplo, as mesmas inteligência e habilidade que caracterizam um burlão. Dos bons. Esta opinião não passa disso mesmo. De uma opinião, ainda que alicerçada num punhado de factos que fazem do caminho de Paulo Portas aquilo a que Rangel chama "pseudojornalismo" e "pseudopolítica". De mais uma opinião a somar-se a outras que vão nesse mesmo sentido.
O mais impressivo do artigo, porém, é a incompreensão das razões que levam os directores de televisão a darem tempo de antena a emplastros. A quaisquer emplastros. E foi pena o Emídio Rangel não ter assinalado outros, tão bons ou melhores, como o beato Louçã. As razões para isto também as não conheço, mas uma coisa é certa: todos ficaríamos mais bem entregues se os ditos directores soubessem distinguir o trigo do joio. E se não vivessem das audiências, já agora.