Nos tempos do velhinho BI, qualquer pessoa devidamente identificada o podia levantar, tendo até existido a possibilidade de ser enviado por correio.
quarta-feira, 12 de novembro de 2008
A FRAUDE: COMO VENDER GATO POR LEBRE
A SITUAÇÃO:
Preciso de fazer o BI para a minha filha de 3 anos e preciso de o ter disponível em 2 semanas.
Sou informada de que já não se fazem BIs, só cartão do cidadão.
A TEORIA:
Procuro informação no site do cartão do cidadão: muito explicativo, cheio de FAQs e esclarecedoras respostas. Parece tudo muito simples: só em Lisboa temos mais de uma dezena de locais de atendimento, alguns com horários alargados; não precisamos de apresentar qualquer documento, apenas levar a criança; podem-na acompanhar os pais, irmãos maiores, avós, ou quem exerce o poder paternal, desde de que devidamente identificados.
Como desconfio de tanto Simplex - ou sou precavida - ligo para a linha telefónica dedicada ao cartão, na expectativa de que me confirmem toda esta simplicidade de viva voz, o que sabe sempre melhor. E não é que confirmaram mesmo?
A PRÁTICA:
A avó da criança disponibiliza-se para tratar do assunto. Dirige-se à Loja do Cidadão dos Restauradores e...nada feito: só a Mãe ou o Pai podem tratar deste assunto. Mas...mas... "pois é minha Sra., a informação do site deve estar mal".
Quase simultaneamente ligo para a linha do cartão do cidadão e sou informada de que o site está bem, a Loja do Cidadão é que não! A coordenação é o que se vê...
Voltamos lá, desta feita eu e a minha filha. Novos entraves: tenho que levar o boletim de nascimento dela; e, se ela já tem NIF e cartão de utente, tenho que os apresentar também. A coincidência de informação é o que se vê...
Mas desta vez fiz-me cara e não arredei pé: "não foi essa informação que obtive na linha do cidadão, mas sim que nenhum documento era necessário porque toda a informação está em rede". Acho que, no meio desta telenovela, até tive sorte porque consegui que o processo tivesse início. Dados pessoais, filiação, fotografia digital, altura (à antiga) ... e, "não, não tiramos a impressão digital porque a máquina não apanha impressões tão pequenas"!
Confesso que isto foi o que mais me impressionou! Nos dias que correm, isto é um decréscimo de segurança inadmissível! O meu primeiro filho teve que tirar o BI com 1 semana e lá tem a sua marca, única, só sua! A segunda não tem direito porque a máquina não apanha!
RESULTADO:
Preciso do cartão em 2 semanas mas nada me garante que o consiga, pois "está a demorar 1 semana a 30 dias". E não, não há sequer a possibilidade de fazer um pedido urgente, não está tabelada uma taxa de urgência, embora esteja prevista. É o Simplex no seu melhor!
Last but not least: para levantar o cartão tenho que ir lá eu (só eu, insubstituível na condição de quem requereu o cartão) ... e a minha filha, para confirmação dos dados!
Nos tempos do velhinho BI, qualquer pessoa devidamente identificada o podia levantar, tendo até existido a possibilidade de ser enviado por correio.
Nos tempos do velhinho BI, qualquer pessoa devidamente identificada o podia levantar, tendo até existido a possibilidade de ser enviado por correio.
Mas isso era no tempo do Compliquex!
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