Não digo «eles» por acaso. Nada do que eu digo digo por acaso, mas neste caso acaso ainda menos. Eles na astrologia são piores que os Eles dos Perdidos, os Eles da Maçonaria, e os Eles doutras associações secretas que não posso mencionar agora, or else. O Pacheco Pereira diz que manda uma boca aos pedreiros num almoço e instala-se um silêncio sepulcral, só interrompido pelos assobios negligés. Mas, eu, com a astrologia, é muito pior. Calha dizer num grupo: «Mas expliquem-me lá por que raio é que o sítio onde estavam os astros quando eu pus a cabeça de fora pode influenciar a minha personalidade, ou as minhas perspectivas financeiras?», e de repente tem tudo de ir para casa, que a mulher, e tal. Conto a anedota do arroz de pato, que põe habitualmente gajos que eu nunca vi mais gordos a dar-me palmadões nas costas e a dizer «Este gajo é o máximo», e ninguém se ri. No espelho do elevador, aparece escrito a bâton «Porco Racionalista». E o meu filho de cinco anos pergunta porque é que o fui buscar eu, e não a Mãe. Bref, cai-me em cima a Brigada Anti-Céptica.
Fico com a ideia que eles são mais que as estrelas do céu. Até uma pessoa que eu prezo, chamado Fernando, que escreve umas poesias bem giras, se dedicou àquilo. Amigos que estão a fazer Doutoramentos em Física das Partículas dizem que eu sou tão bem-disposto porque tenho ascendente em Virgem. Mas que tenha cuidado para a semana, que Júpiter está alinhado com Marte. E jornais sérios, como o Público, ou o Cavaleiro da Imaculada, dedicam grandes espaços à coluna astrológica.
Que seja possível prever a vida dos astros, vá. A Britney Spears vai rapar o cabelo e mandar o puto pela janela, a Amy Winehouse vai-se enfrascar, a Paris Hilton vai dormir com um batalhão de Marines, o James Brown vai dentro na quinta. Tudo bem. Agora os astros preverem a minha vida? Naaaa. Chamem-me céptico. Eu sei que sou. Na volta, é por ser Caranguejo.
1 comentário:
O James Brown nunca mais vai dentro. É a minha previsão.
Qual é que é a anedota do arroz de pato?
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