quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Umas bestas



Para a associação Animal estas declarações de Paulo Rangel revelam uma visão "pré-científica e racionalmente oca dos animais e da importância que têm":

- “Não faz sentido haver um Dia do Cão.”
- “Também não [faz sentido haver um Dia dos Animais]”.
- “Um cão nunca deixa de ser um cão. Trocaria a vida do meu cão pela vida de qualquer pessoa em qualquer lado do mundo, mesmo não a conhecendo. Uma pessoa vale sempre mais do que um animal.”
- “Os animais merecem protecção mas não são titulares de direitos.”
- “Não são eles que têm esse direito [de ser bem tratados e protegidos]. Nós é que temos essa obrigação.”
- “Para mim essa é uma concepção errada [a de que os animais devem ter direitos]. Acho que só as pessoas devem ser titulares de direitos.”
- “Os animais [também sofrem], mas não sofrem como nós.”
- “A caça ou as touradas, enquanto tradições com determinadas características e determinados limites, são toleráveis. Fazem parte da Cultura.”
- “Muitas tradições não acabaram e estas [caça e touradas] são daquelas que para mim não devem acabar.”
- “Faço uma separação ontológica entre as pessoas e os animais.”
- “Num contexto cultural devidamente integrado, certas tradições [como a caça e as touradas] – ainda que possam chocar algumas pessoas – são admissíveis. É a minha posição.”
- “Não sou contra [a exibição de touradas na RTP].”
- “Desde que devidamente contextualizado [a transmissão de touradas pela RTP, televisão do Estado, expondo as crianças à violência contra os animais], não vejo nisso qualquer problema.”
- “A menos que esteja em causa a extinção de espécies, não acho mal [utilização de peles para confecção de vestuário].”
- “A dignidade humana é um valor superior ao da dignidade dos animais. O Homem é ontologicamente diferente dos restantes animais.”


Estes rapazes, que se empenham em demonstrar que comer carne é moralmente errado, querem promover a adopção de um código de protecção dos animais "corajoso, moderno e justo" que prevê, entre outras coisas igualmente corajosas, modernas e justas (há quem lhes chame delirantes), a pena de prisão para quem "organizar, participar, realizar, apoiar ou encobrir, em qualquer circunstância ou por qualquer modo" espectáculos circences, corridas de cães, rodeos, carrosséis, raides equestres, corridas de toiros e para quem use fêmeas em estado de gestação ou lactação, animais excessivamente jovens ou idosos em espectáculos, competições, concursos, exibições, exposições, divertimentos públicos, publicidade ou manifestações similares...

Era só o que nos faltava termos que aturar as excrescências do totalitarismo vegetariano!

São uns fanáticos. E, como quase todos os fanáticos, umas bestas. Sem desprimor para os animais.