segunda-feira, 27 de outubro de 2008

O circo de Dezembro

Se há coisas que Dezembro nos traz é a magia do circo. Há toda uma indústria, especializadíssima, ao serviço do sonho e da diversão, sobretudo das crianças. Mas há também estafados promotores que, a par de malabarismos de ocasião, arrancam, quando menos se espera, um coelho da cartola. Mesmo que o coelho seja um cágado e a cartola um balde. Mas lá esforçados são e, ano após ano, montam a tenda e anunciam, com sorriso rasgado e prenhe de uma confiança talvez excessiva, o melhor e mais improvável espectáculo do mundo e arredores. Com artistas inéditos e números de verdadeiro assombro. Já com a barraca desmontada, lá choram a ingratidão do público, ignorando que nem os palhaços eram diferentes nem os números improváveis ou mais aprimorados. Mas claro que, ano após ano, se anuncia que haverá um ano em que tudo será diferente. Melhor. Muito melhor. Esse ano, claro está, é sempre este. E, ano após ano, prometem-se mulheres barbadas e pulguinhas amestradas. Mas este ano é que vai ser, amigos. Vão ver. Até porque, este ano, as pulguinhas terão o tamanho de elefantes.