Está aqui um link para um debate que tive com um:
a) Bombeiro;
b) Matemático;
c) Professor universitário;
d) Deputado do PS/ CDS/PSD/PCP/BE
e) Jornalista
f) Padeiro
g) ….
Tradicionalmente - tínhamos de começar por esta palavra - o texto permanente num blog destina-se a explicar ao leitor incauto ao que vêm os autores. Já andamos nisto há tempo suficiente para saber que as coisas ganham vida própria quando lhes sopramos palavras. Não adianta prometer muito. Por isso, não prometemos nada. Conhecemo-nos há um par de anos. Ombreámos em lutas duras que perdemos. Coincidimos no essencial e discrepamos em tudo o resto. E gostamos uns dos outros. Não abdicamos das ideologias, mas sabemos que provam mal quando são aplicadas em estado puro. Tendem a descurar o seu fim último: a Pessoa e o bem-comum. Não duvidamos da necessidade de fazer abrandar o abraço sufocante do Estado mas desconfiamos dos que lhe querem cortar os braços. Ah, e estamos fartos de radicais, anti-clericais, engenheiros sociais e outros que tais!
Nem tanto ao mar...
3 comentários:
Cara Mafalda,
A senhora parece-me ser uma PESSOA bem formada e com berço, até usa os dois apelidos na assinatura e tudo.
Eu sou mais um homem do povo, só utilizo o apelido paterno.
A Mafalda não acha que é de bom tom tratar-mos sempre as PESSOAS pelo seu nome e não pela sua profissão ou pelo seu género ou pela sua filiação clubistica ou pela sua orientação sexual ?
É que se formos a ver o facto do outro interveniente ser homosexual nem sequer tem relevância nenhuma, terá eventualmente alguma ele ser membro da ILGA, isso já admito.
E pronto, espero que tenha sido uma grosseria sem exemplo do senhor Rui Castro.
Um bem haja para si, Mafalda.
Caro Pedro Almeida,
acho, de facto, de bom tom tratarmos (e não tratar-mos) as pessoas pelo seu nome. Pode até ser uma questão de delicadeza. Agora, passar de uma eventual descortesia (que, conhecendo o Rui, sei que não foi intencional) para uma acusação de descriminação ou de fobia parece-me ser um passo demasiado grande. Até porque, no caso, o interlocutor do Rui (peço desculpa mas não sei o nome) foi ao debate na qualidade de membro da ILGA, que apregoa o orgulho gay, e como homossexual assumido.
Lendo uma notícia em que se diz "vai ser promovido um debate entre dois economistas por causa da crise financeira", considera que ela é ofensiva? Então por que razão considera grosseira a frase do Rui? Será que a estigmatização não vem de quem lê e não de quem escreve?
Pense nisso.
Parece-me que quer o post quer o comentário / resposta a Pedro Almeida revelam uma confusão entre dois planos de discurso distintos. Sem necessidade de desenvolvimentos o exemplo utilizado no comentário serve para revelar o equívoco: "vai ser promovido um debate entre dois economistas por causa da crise financeira".
Com efeito um terceiro refere o que é comum às pessoas que vão discutir. O post do Rui Castro, agora corrigido, refere-se ao elemento distintivo e do outro com quem ele vai discutir (o que releva no outro é a sua orientação sexual, e não a específica personalidade, nem sequer é eu Beltrano, hetero, cvou falar com Cicrano, homo).
No exemplo da Mafalda Miranda Barbosa, o paralelo para o exemplo seria eu Rui vou dicutir a crise financeira com um operário, ou um banqueiro, um comunista, reconduzindo, na melhor das hipóteses, o outro a um estereótipo pelo menos em sede de discussão sobre o tema.
De qualquer modo também não me parece que um acto falhado, foi disso que se tratou e não de uma questão de incorrecção linguística (como seria se dissesse vou discutir com um paneleiro), justifique a crucificação do Rui Castro.
Até porque existem vários desses actos por aí, que passam em claro, e revelam pré-juízos sobre o outro que na conjuntura actual não são reconhecidos com a mesma carga negativa - por exemplo o recorrente «vou discutir com um católico» - mas correspondem igualmente à catalogação prévia do outro muitas vezes com carga perjorativa para o grupo integrado pelo emissor sobre o «outro» (do tipo, católico, logo obscurantista, anti-liberal, às vezes o inimigo).
Pertinente parece-me o exemplo trazido por Carlos Botelho do Cachimbo de Magritte, vou discutir com «o professor», associado a um grupo que se tornou corrente desqualificar a propósito do debate sobre a educação (os quais são alvo de tal diminuição cívica por parte do poder actual e de alguma direita.
Declaração de interesse: Não sou professor, tenho uma outra carreira profssional, mas fui professor universitário e por vezes lecciono em universidades (de qualquer modo a catalogação como «professor» ou a mais frequente «professores» enquanto desqualificante em regra é sobretudo dirigido aos professores de outros graus de ensino).
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